Os textos desta página são cartas que M. escreve para um amigo que (acho) mora na Europa. Todos os dia de manhã, ela deposita um envelope embaixo da minha porta. Depois de encher as latas do condomínio de bolos de papel, desisti, e resolvi publicar algumas por aqui. Assim, quem sabe, podem algum dia atingir o seu destinatário... Renata Magdaleno

terça-feira, junho 08, 2004

Rio d Janeiro, 08 de junho de 2004


Qerido F.,


Ando querendo encontrar um lugar onde guardar a minha mala. Não aguento mais subir numa escada toda semana e puxá-la lá de cima do armário. Ando cansada. Não das viagens, mas de guardar e desguadar a tal da mala. Já pensei em deixá-la num cantinho, disfarçadinha que só, com uma plantinha displicente caindo por cima. Mala-estante. Outra idéia era fazê-la de mesinha de centro, com cinzeiro e livros por cima. Mala-mesa.
Descartei todas. Vamos dizer que ela não é tão pequena e nem tão bonita para ficar assim, aparente, fazendo parte da decoração. A solução é escondê-la embaixo da cama. Mas gostaria mesmo é que pudesse deixar a mala já no aeroporto, num armário só meu. Ou na casa de uma amiga com espaço de sobra para quinquilharias. Porque, assim que você desse do avião e vai para casa, ela vira um destes objetos enormes e sem função. Quero uma mala inflável. Depois de usar, esvazio e pronto, cabe numa gavetinha de mesa de cabeceira.

Até...