Os textos desta página são cartas que M. escreve para um amigo que (acho) mora na Europa. Todos os dia de manhã, ela deposita um envelope embaixo da minha porta. Depois de encher as latas do condomínio de bolos de papel, desisti, e resolvi publicar algumas por aqui. Assim, quem sabe, podem algum dia atingir o seu destinatário... Renata Magdaleno

segunda-feira, setembro 13, 2004

Querido F.,

Desculpe a demora em responder. Passei a semana botando as coisas em ordem aqui em casa. Estou fazendo desenhos dos lugares onde vou e esta semana inaugurei uma parede na minha sala com as pinturas.
É impressionante como realmente nunca, nunca estamos satisfeitos com o que temos. Tanta era a minha vontade de voltar e, agora que enfim estou instaladinha nos meus cobertores, com meus queridos livros na estante e a caótica e acolhedora imagem da Avenida Nossa Senhora de Copacabana da janela, não penso em outra coisa a não ser no meu próximo destino. Já começo a planejar outra viagem. O que posso fazer? Já nasci com este espírito inquieto.
E tem mais... Estou feliz, feliz com minha cachorrinha de volta, mas, ontem, fiquei com vontade, juro, de devolvê-la para o filho do Seu Zé e ir só visitar no fim de semana. A danada comeu meu chinelo preferido, um com uma carinha de dálmata que você tinha me dado de presente, lembra? E resolveu fazer do meu tapete da sala seu banheiro. Desde então, não falo com ela, passo olhando para outro lado. Amanhã o gelo acaba. Ai, ai, ainda bem que ela não sabe ler...

Até,
M.
Querido F.,

Desculpe a demora em responder. Passei a semana botando as coisas em ordem aqui em casa. Estou fazendo desenhos dos lugares onde vou e esta semana inaugurei uma parede na minha sala com as pinturas.
É impressionante como realmente nunca, nunca estamos satisfeitos com o que temos. Tanta era a minha vontade de voltar e, agora que enfim estou instaladinha nos meus cobertores, com meus queridos livros na estante e a caótica e acolhedora imagem da Avenida Nossa Senhora de Copacabana da janela, não penso em outra coisa a não ser no meu próximo destino. Já começo a planejar outra viagem. O que posso fazer? Já nasci com este espírito inquieto.
E tem mais... Estou feliz, feliz com minha cachorrinha de volta, mas, ontem, fiquei com vontade, juro, de devolvê-la para o filho do Seu Zé e ir só visitar no fim de semana. A danada comeu meu chinelo preferido, um com uma carinha de dálmata que você tinha me dado de presente, lembra? E resolveu fazer do meu tapete da sala seu banheiro. Desde então, não falo com ela, passo olhando para outro lado. Amanhã o gelo acaba. Ai, ai, ainda bem que ela não sabe ler...

Até,
M.