Os textos desta página são cartas que M. escreve para um amigo que (acho) mora na Europa. Todos os dia de manhã, ela deposita um envelope embaixo da minha porta. Depois de encher as latas do condomínio de bolos de papel, desisti, e resolvi publicar algumas por aqui. Assim, quem sabe, podem algum dia atingir o seu destinatário... Renata Magdaleno

quarta-feira, setembro 24, 2008

e se for a felicidade...

Fernando chegou do Chile e está hospedado aqui em casa. Pela quantidade de malas, imagino que vai ficar por semanas. E estamos passando tardes e mais tardes a descolar envelopes no vapor da chaleira. Talvez nem fosse necessário tanto cuidado. Mas no fundo ainda acredito que alguém vai aparecer para buscar o bolo de cartas um dia desses.
Descobri que o porteiro vem guardando os envelopes destinados à vizinha em cima das estantes onde fica a correspondência do condomínio. A quantidade começou a ficar tão grande, que ele passou a deixar tudo por cima do móvel. Roubei alguns. Ou melhor, peguei emprestado. Vou devolver todos bem fechados dentro de uns dias.
O primeiro que eu abri vinha com um texto estranho, descrevendo uma manhã na beira de uma piscina. A história vinha escrita em caneta preta, com uma caligrafia tão forte que quase chegava a furar o papel. O segundo vinha como uma tira de quadrinhos, esta abaixo.

Ainda não consegui entender o significado... Talvez sejam mensagens cifradas. Fernando começou a desenhar gráficos na cozinha.